Notícias

Taxa de juros sobe para 10% ao ano

BC eleva a Selic em 0,5 ponto e juros voltam ao patamar de dois dígitos após 20 meses

Autor: Laís Alegretti e Eduardo CucoloFonte: Estadão

O Banco Central anunciou ontem o sexto aumento consecutivo dos juros, que voltaram ao patamar de dois dígitos, e deixou aberta a possibilidade de novas altas da taxa básica (Selic) em 2014. Os juros subiram de 9,5% para 10% ao ano por decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Co-pom), que só volta a se reunir agora no dia 15 de janeiro. Como a decisão já era esperada pela ampla maioria do mercado, a surpresa ficou por conta do comunicado da instituição.

Primeiro, o BC retirou a frase utilizada nas últimas quatro decisões, na qual afirmava que o aperto monetário "contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano". Além disso, a instituição acrescentou a lembrança de que o "processo" de ajuste da taxa básica de juros foi iniciado em abril de 2013.

Uma mudança no texto pode indicar que o BC vai mudar o ritmo de aumento dos juros, que foi de 0,50 ponto porcen-tual nas últimas quatro reuniões, mas, em abril deste ano, foi de 0,25 ponto porcentual.

Antes da reunião do Copom de janeiro, para a qual o mercado espera um novo aumento de juros, o BC deverá divulgar pelo menos dois importantes documentos que podem indicador os " rumos da política monetária. A primeira é a ata da reunião, que sai na próxima quinta-feira. No final de dezembro, será apresentado o Relatório Trimestral de Inflação, com novas previsões para os índices de preços e para o crescimento do PIB de 2014.

A taxa básica, que serve de referência para o custo do crédito bancário e para o rendimento da maior parte das aplicações financeiras, permaneceu abaixo dos 10% ao ano por exatamente 20 meses e 20 dias.

A resistência da inflação, que segue bem acima do centro da meta de 4,5% desde 2010, no entanto, frustrou aquele que era um dos principais objetivos da presidente Dilma Rousseff. A presidente chegou a dizer que os juros haviam alcançado patamar "mais civilizado" e que, graças ao "compromisso com a solidez das contas públicas", havia criado um "ambiente para que a taxa de juros caísse". A mistura de juros baixos, com a taxa em 7,25% ao ano em 2012, câmbio desvalorizado e aumento do gasto público, no entanto, não impulsionou o crescimento econômico e os investimentos, mas pressionou a inflação.

No mercado, as previsões são de um IPCA mais alto em 2014. As decisões do governo de afrouxar ainda mais as regras do superávit primário e de mexer na Lei de Responsabilidade Fiscal (proposta abandonada temporariamente) também contribuem para a expectativa de mais pressão inflacionária. Outro temor dos analistas são os efeitos da mudança na política monetária nos Estados Unidos e da piora nas contas externas brasileiras.

voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.8148 5.8158
Euro/Real Brasileiro 6.0913 6.0993
Atualizado em: 25/11/2024 14:46

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%