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Metaverso aplicado à Saúde: o desafio está na proteção de dados e na gestão de identidades
Especialista em Cyber Security aponta aspectos para a consolidação dessa tendência nos processos de negócio, especialmente quando as lacunas estão ligadas à Segurança das credenciais de acesso e à necessidade de avanço nas melhores práticas de adoção
Os logins de usuários estão cada vez mais conectados no ambiente do Metaverso, o que coloca as credenciais de acesso na mira do cibercrime. Apesar de ser um assunto em constante amadurecimento, algumas organizações já estão apostando em negócios no ambiente virtual e imersivo. O setor de Saúde, por exemplo, vem dando passos cautelosos, já que se trata de um segmento essencial e, principalmente, por lidar com vidas.
Na visão de Leandro Ribeiro, Gerente de Segurança da Informação de uma instituição do setor, 2023 será o ano para explorar muitos aspectos sobre o tema, especialmente com questões ligadas à proteção de dados, privacidade, veracidade da informação e gestão de identidades. Para ele, o ambiente pode aumentar muito a Engenharia Social, criando diversos perfis falsos, por exemplo.
“Esses aspectos precisam ser discutidos no sentido de criar uma regulação de uso, caso contrário, teremos muitos problemas. Algumas empresas ainda não estão preparadas para trabalhar no Metaverso. As organizações precisam preparar também os consumidores, clientes e pacientes, porque se eles não estiverem prontos para utilizar a plataforma, isso não irá funcionar de forma adequada”, pontua o executivo em entrevista à Security Report.
Mesmo sendo uma tendência visada pelo cibercrime, players de tecnologia e especialistas seguem apostando nesse ambiente para expandir os negócios. É o que aponta um recente levantamento da Accenture sobre o assunto, segundo dados, entre os executivos C-Level, 89% acreditam que o Metaverso terá papel importante no crescimento de suas empresas. Outro levantamento realizado com 3.2 mil executivos sugere que, até o final de 2025, US$ 1 trilhão poderá ser gerado a partir de experiências e comércio no Metaverso.
Leandro Ribeiro, que conta com 17 anos de atuação no setor da Saúde, sendo 10 com infraestrutura e 7 com Segurança da Informação, ressalta que a grande tendência é que o Metaverso seja realmente aderido pelas instituições do segmento. Com o avanço da telemedicina, principalmente durante o período da COVID-19, as pessoas ficaram mais habituadas com a tecnologias e isso pode se tornar um avanço para ambientes mais imersivos.
“O Metaverso deverá ser um dos grandes motores nos próximos anos para ajudar a criar uma revolução no setor da Saúde e melhorar vários aspectos, inclusive no atendimento. Além disso, vejo também que a tecnologia poderá ser útil nas faculdades, nos cursos de pós-graduação e de extensão, o que trará revolução para todo o ecossistema de medicina e diagnósticos”, explica Ribeiro.
Melhorar a conscientização por meio de treinamentos, gerenciar melhor a identidade e obter controles de privacidade mais robustos são os três passos essenciais listados pelo executivo para que o Metaverso ganhe espaço no setor de Saúde. “Além disso, precisamos avançar nos pontos de regulamentação e melhores práticas de Cyber Security para que essa tendência se consolide e seja implementada com mais segurança”, conclui.
Benefícios do Metaverso na telemedicina
Se por um lado os players de tecnologia e especialistas seguem apostando nesse ambiente para expandir os negócios, por outro, a telemedicina pensa nos benefícios que a tecnologia pode gerar. É o que comenta o Dr. Leonardo Jorge, Cardiologista Clínico pelo Incor – Instituto do Coração e especialista em Gestão de Saúde e Educação, para ele, o Metaverso vai possibilitar a criação de treinamentos e simulações realísticas que se confundirão com a realidade, estudo de anatomia humana e casos clínicos complexos.
“Também permitirá estudo prévio de anatomia e técnicas cirúrgicas antes de sua execução. E obviamente podemos levar o Metaverso para telemedicina, pois permitirá não somente a interação por uma câmera entre paciente e profissional de saúde, mas a entrada de ambos em um ambiente interativo, facilitando troca de informações e entendimento de condutas e receitas aplicadas”, explica o profissional.
Segundo Dr. Jorge, esse ambiente permitirá uma maior humanização do atendimento, introdução de distrações para crianças em um momento de vacinação ou coleta de sangue, além de outras questões a serem exploradas com o uso da tecnologia.
Em sua avaliação, o mundo vive uma nova era tecnológica, onde a rápida transmissão de dados mudará totalmente a forma que o segmento enxerga e atua. “O ano de 2023 trará muitas possibilidades e desafios, cabendo a nós aprendizado e aprimoramento para seguir essa onda de mudança e crescimento. Isso está só começando”, finaliza Dr. Leonardo Jorge.
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